Parametros ortópticos da visão binocular nas doenças neurodegenerativas: impacto na qualidade de vida

A oftalmologia e a ortóptica devem cooperar mais intensamente para ajudar na detecção precoce e/ou reabilitação dos pacientes disfuncionais. A primeira identificando a possível existência da alteração da binocularidade e referindo o paciente ao ortoptista para a confirmação da hipótese e promoção do reforço sensorial.

As doenças degenerativas multissistemicas (Alzheimer p.ex.) ou mesmo as vasculares (aterosclerose cerebral, demência vascular) podem induzir um parkinsonismo secundário. A conseqüente perda dos movimentos automáticos primários levaria a redução da atividade motora espontânea (bradicinesia). As alterações miofuncionais afetariam a habilidade de iniciar e coordenar tarefas motoras complexas.A leitura estaria então comprometida.

Objetivos:

•Avaliar a importancia do reforço sensorial no que tange à qualidade na leitura de frases e textos (viés ortóptico”) e possibilidade de compensar de alguma forma o dano cognitivo nas doenças neurodegenerativas. A avaliação ortóptica pode identificar a ausência de “prontidão binocular” e/ou mecanismos mais sutis e de controle superior relacionados à  dificuldade de leitura.

•Avaliar a relevância da fisioterapia visual na restauração ou melhora da prontidão binocular com a conseqüente melhora da qualidade de vida.

•Avaliar também custo-benefício desta abordagem terapêutica e propor protocolo multidisciplinar a ser implantado (oftalmo-neuro-ortoptica-fono).

Se o dano sensorial incipiente for presumido, será que o tratamento ortóptico aliado a referimento ao neurologista (tratamento clinico da disfunção cognitiva incipiente) contribuiria para a estabilização do quadro e manutenção da capacidade de leitura e compreensão escrita?